Blog do Maria

Marta e Muricy, os destaques da década

Maria

 Marta e Muricy brilharam

Estamos chegando ao final da primeira década do terceiro milênio.

Sem medo de errar, aponto Marta e Muricy Ramalho como destaques e os desportistas mais iluminados nestes últimos 10 anos.

Tanto foi o brilho de Marta, que a franzina alagoana de Dois Riachos acabou premiada pela Fifa como a melhor do mundo em 2006, 2007, 2008 e 2009, sendo candidatíssima ao penta na festa deste ano.

E mais: desde que a Fifa instituiu esta premiação nenhum homem conseguiu superá-la. Ronaldo Fenômeno e Zinedine Zidane os mais vitoriosos, foram eleitos três vezes.

Vamos então a Muricy. Além de se tornar tetra-campeão brasileiro ao conquistar os títulos de 2006, 2007 e 2008, pelo São Paulo, e de 2010 pelo Fluminense, ele, que é sempre criticado pelo temperamento explosivo,  mostrou a todos nós o quanto é fiel aos compromissos assumidos, no momento em que recusou o cobiçado cargo de técnico da seleção brasileira em razão de ter contrato com o Fluminense.

Se falamos de futebol, um dos fatos mais importantes da década foi a conquista do pentacampeonato na Copa Japão/Coréia, em 2002, sob o comando de Luís Felipe Scolari.

Em termos de clubes, São Paulo e Internacional ganharam os mundiais interclubes, nos anos de 2005 e 2006, respectivamente. E o tricolor paulista foi o clube mais vitorioso da década ao conquistar o tri-brasileiro com Muricy.

Se Marta foi a melhor jogadora, considero Ronaldo Fenômeno o destaque masculino e Neymar a grande revelação e esperança do futebol brasileiro surgida nestes últmos 10 anos.

Os campeões brasileiros da década: Atlético Paranaense (2001), Santos (2002), Cruzeiro (2003), Santos (2004), Corinthians (2005), São Paulo (2006, 2007 e 2008), Flamengo (2009) e   Fluminense (2010).

O vôlei feminino brilhou e mostrou sua força nos Jogos Olímpicos de Pequim, conquistando medalha de ouro, mostrando total superioridade sobre as demais seleções.

A equipe treinada por Zé Roberto venceu as oito partidas e o único set perdido aconteceu na grande final contra os Estados Unidos. As campeãs: Carol, Fabi, Fabiana, Fofão, Jaqueline, Mari, Paula Pequeno, Sassá, Sheila, Thaisa, Valeskinha e Waleska. Em Atenas, Adriana Behar e Shelda ganharam medalha de prata.

O vôlei masculino conseguiu resultados expressivos e assim como o feminino ocupa o primeiro lugar no ranking mundial. Em Atenas, o grupo comandado por Bernardinho, formado por Nalbert, Serginho, Rodrigão, Anderson, André Nascimento, Maurício, André Helller, Giba, Giovane, Ricardinho, Gustavo e Dante, conquistou medalha de ouro. A nova geração é espetacular.

Ainda nos Jogos de Atenas, a dupla formada por Emanuel e Ricardo conquistou ouro no vôlei de praia, ficando a dupla feminina formada por Adriana Behar e Sheda com a de prata.

Também em Atenas, o cavaleiro Rodrigo Pessoa, montando Boloubet du Rouet, ficou com a medalha de ouro – o conjunto irlandês, que havia vencido acabou desclassificado após resultado do exame anti-doping.

No atletismo, as mulheres não ficaram para trás: Maurren Maggi conquistou medalha de ouro no salto em distância, nos Jogos de Pequim, tornando-se a primeira brasileira a vencer uma prova individual olímpica.

Até então “desconhecida” dos brasileiros,  Fabiana Murer deu o ar de sua graça ao conquistar medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, no salto com vara. A partir daí decolou e entre suas principais conquistas, estão as medalhas de ouro no Grand Prix de Birmingham, na Inglaterra, e no mundial indoor, em Doha, no Qatar.

Fabiana projetou-se tanto, que atualmente onde quer que passe é reconhecida.

Como o assunto é atletismo, um dos momentos mais marcantes e emocionantes para mim aconteceu na maratona dos Jogos de Atenas, em 2004 e não valeu medalha de ouro. Refiro-me à  performance do maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, medalha de bronze na maratona dos Jogos de Atenas.

Vanderlei liderava até o quilômetro 36, quando um fanático religioso irlandês, Cornelius Horan, invadiu a pista, atacou o maratonista brasileiro, que chegou a ser jogado ao chão e só prosseguiu na prova devido a ajuda de outros espectadores que imobilizaram o agressor.

Assustado e com ritmo de corrida totalmente afetado, Vanderlei acabou ultrapassado por dois adversários, mas garantiu a medalha de bronze.

Ao entrar no Estádio Panathinaikos, Vanderlei foi aplaudido de pé pelo grande público, já que o telão mostrara o problema sofrido a poucos quilômetros da chegada.

Vanderlei foi agraciado também com a Medalha Pierre de Coubertin, que é concedida a atletas especialíssimos.

Expressiva também foi a medalha de prata conquistada nos 4 x 100m rasos, nos Jogos de Sydney por Vicente Lenílson, Édson Luciano, André Domingos e Claudinei Quirino.

 A remadora Fabiana Beltrame ganhou para o Brasil  inédita medalha de bronze no mundial de remo disputado em julho deste ano, na cidade de Lucerna, na Suíça. Nenhuma remadora brasileira chegou ao pódio em competição deste nível. Portanto, medalha histórica, assim como a obtida pelo amazonense Ailson da Silva, que chegou em terceiro, no Copa do Mundo disputada em Bled, na Eslovênia.

 A relação masculina continua com Cesar Cielo, detenor da primeira medalha de ouro olímpica para a natação brasileira ao vencer os 50m livres, em Pequim.

No ano seguinte ele se tornou o nadador mais veloz do planeta ao estabelecer recordes mundiais nas provas de 100m e 50m nado livre, do Mundial de Roma.

Os iatistas Robert Scheidt na classe laser e a dupla Torben Grael e Marcelo Ferreira, na star, conquistaram ouro nos Jogos de Atenas.

Em tempo: Faltaram os nossos campeoníssimos paraolímpicos. O Brasil deu show e conquistou muitas, mas muitas medalhas. Farei um levantamento para apresentar esses super-heróis.