O Paulistão está chegando à sua fase decisiva e pelo andar da carruagem, Palmeiras e São Paulo parecem mais ligados e embalados que o Corinthians. Basta conferirmos os resultados das três últimas rodadas: 

Palmeiras: 3 x 0 Bragantino, Santos 0 x 1 e 2 x 0 Prudente

São Paulo: 2 x 1 Corinthians,  1 x 0 Mirassol e Noroeste 1 x 4 

Corinthians: 1 x 2 São Paulo, Botafogo 0 x 0 e 1 x 2 São Caetano.

A impressão é que a atenção de todos os corintianos está muito mais voltada para Adriano do que propriamente pelo Paulistão. E por falar no Imperador, pelo que se viu no Pacaembu, ele está mais gordo que  no dia de sua chegada ao Brasil e ainda mais bochechudo que o Fenômeno.

O Santos ficou no 0 a 0, com Americana. Muricy Ramalho, que estreou, deve estar preocupado. Na coletiva  depoi do jogo  procurou não dar importância ao que aconteceu,  mas certamente percebeu que terá muito trabalho pela frente.

E pelo time que tem e o investimento do seu futebol, o Santos não pode empatar com Americana, que ocupa o 11º. lugar. Não aceito a desculpa de o time entrar em campo com vários titulares poupados. Quando se veste a camisa de um clube, o time tem que ser escalado para vencer. Sem tem jogo no meio da semana, não importa. Faz o resultado e depois faz as substituções.

A contratação de Falcão me deixa preocupado, principalmente por ser ele um dos maiores ídolos da linda história do Internacional e do próprio futebol brasileiro.

No momento tudo é festa. Mas quando realmente assumir o comando do time, Paulo Roberto Falcão  entrará numa vitrine, que é olhada por pessoas informadas, desinformadas; do bem, do mal; equilibradas, desequilibradas; boas, más; tolerantes, intolerantes; e sobretudo apaixonadas ao extremo pelo Internacional.

E aí é que mora o perigo, já que para muitos torcedores a paixão é doentia, ultrapassa a todos os limites.

Exemplo: Zico assumiu o cargo de diretor executivo do futebol do Flamengo no meio do ano passado. O maior ídolo da história do clube sofreu ataques desmedidos de pessoas que um dia o tinham como “Deus”. Ele saiu  carregando dentro de si a dor da injustiça.

O próprio Roberto Dinamite, eleito presidente do Vasco, já viveu momentos terríveis no clube da Colina onde, assim como Zico, parecia intocável.

De qualquer maneira, torço fervorosamente por Falcão, a quem conheço desde a época de jogador. E que a torcida colorada saiba respeitá-lo.

Uma recomendação principalmente para os torcedores do São Paulo: vale a pena ler a matéria perguntas/respostas com Rogério Ceni, publicada hoje, domingo, no Globo.  A repórter Carol Knoploch, brilhante, por sinal, deixou o goleiro à vontade. Os dois deram verdadeiro show.

Ao analisar Pelé, a resposta inteligente e com toque de humor de Rogério Ceni: ''…sem falta modéstia, acho que sou melhor que Pelé sim. No gol. Poxa, sou ou não sou melhor goleiro que Pelé?''.

Essa e muitas outras respostas nas duas páginas de ping-pong.

Em tempo : Rogério Ceni, em cobrança de pênalti, marcou seu 101º gol na vitória de 4 a 1 do São Paulo sobre o Noroeste, em Bauru.

O maior show de São Januário na vitória de 2 a 1 do Vasco sobre a Cabofriense ficou por conta da torcida.

Detalhe: não se deveu ao momento da comemoração do gol da vitória marcado por Alecsandro, aos 42min do segundo tempo, ou no de Bernardo, que abriu o marcador. 

O show aconteceu nas arquibancadadas e cadeiras de São Januário antes de a bola rolar.  Para ser mais preciso: no minuto de silêncio, homenagem póstuma às vítimas do massacre ocorrido na escola em Realengo.

O silêncio em São Januário foi total e absoluto. Nos meus 40 anos de cobertura de futebol nunca presenciei um minuto de silêncio tão verdadeiro quanto o desta partida. E olha que viajei o Mundo inteiro e não faltaram homenagens póstumas.  

Apesar da vitória apertada, o Vasco poderia ter vencido até com folga: sua equipe criou inúmeras chances, mas esbarrou no goleiro Flávio e na trave da Cabofriense.

Se  o resultado manteve o Vasco na liderança do Grupo A, com amplas chances de se classificar para as semifinais da Taça Rio, rebaixou a Cabofriense para a Segunda Divisão do Rio de Janeiro.

O Internacional lidera seu grupo na Libertadores, está com a classificação praticamente garantida, mas Celso Roth não resistiu à derrota colorada para o Jaguares e foi demitido.

A verdade é que no Brasil, os clubes trocam de técnico como as pessoas trocam de camisa. A temporada mal começou, mas a dança de treinadores vai de vento em popa.

Alguns casos: PC Gusmão foi o primeiro a cair. Os tropeços do Vasco no Estadual, levaram Roberto Dinamite trocá-lo por Ricardo Gomes. Pouco depois, o Santos demitiu Adílson Batista e Marcelo Martelotte assumiu interinamente.

Já o o Botafogo detonou Joel Santana e acertou com Caio Júnior. Com Muricy Ramalho aconteceu o contrário: ele é que detonou o Fluminense e trocou as praias do Rio pelas de Santos.

Sem técnico de ponta, já que Abel Braga só chegará depois do Estadual, o Fluminense colocou Enderson Moreira como treinador interino.

O Atlético PR demitiu Geninho e contratou Adilson Batista. Já o  Atlético GO mandou embora Renê Simões e contratou PC Gusmão.

E a temporada mal começou.

A tesouraria dos clubes brasileiros é assim?                                      … ou assim?

João Havelange pediu ao Governo Brasileiro que as dívidas dos nossos clubes sejam zeradas. Na matéria de Fábio Juppa, publicada no Globo, o ex-dirigente justifica até com certa razão que sendo o futebol uma válvula de escape do nosso sofrido povo, alguma coisa tem que ser feita no sentido de se evitar a quebradeira de tradicionais clubes brasileiros.

Mas não sou totalmente contra, até porque a mesma coisa aconteceu na Espanha, nos anos 90, fazendo com que Barcelona e Real Madrid, entre outros clubes de massa e mergulhados em dívidas, não fechassem as portas.

Mas diante do apelo deste brasileiro tão ilustre, aproveito para fazer mais um pedido: “Que o Governo Brasileiro revigore a saúde pública, para que pacientes não fiquem jogados pelos corredores ou morram em hospitais públicos e pronto-socorros antes mesmo de serem atendidos.

Havelange lembrou ainda as críticas que recebeu ao se mostrar favorável à implosão do Maracanã e a construção de um novo estádio, já que se tratava de um templo ultrapassado.

Particularmente, sou contra a implosão e favorável à reforma do Maracanã, como está acontecendo. E explico a razão: italianos e a população do planeta Terra dão graças a Deus em razão de o secular Coliseu Romano continuar de pé até hoje. A verdade é que tem casos e casos, ou melhor, estádios e estádios.

Uma sugestão: de repente, os clubes endividados poderiam perfeitamente abrir as portas para que alunos do ensino público freqüentassem as escolinhas das modalidades esportivas. O quenão adianta é o clube dever e a dívida nunca diminuir.

Zagallo foi nomeado “Embaixador” das categorias de base do Botafogo no Oriente Médio, onde ao longo do ano disputam-se inúmeros e rentáveis torneios.

Sendo grande vencedor e figura histórica do futebol brasileiro e mundial, a imagem de Zagallo servirá para estreitar esse relacionamento, até numa forma de o clube investir ainda mais na preparação da  garotada.

Ganso tem contrato com o Peixe, mas alçará vôo se as exigências forem atendidas

Paulo Henrique Ganso está na berlinda à toa. Como sua saída do Santos parece iminente, há quem o questione como se ele fosse um ''fora da lei''.

As pessoas esquecem que  profissionalismo é assim. A transferência não significa que o jogador não tenha mais amor pelo clube que o projetou. O jogador tem todo direito de decidir o que será melhor para ele desde que as exigências forem atendidas. Nada acontece à revelia,  na mão grande. Ou seja: ''Eu vou sair e pronto''.

Não é assim. Se Ganso deixar o Peixe, todas as exigências de contrato foram atendidas. E quem estabelece a multa contratual é o clube.  O interessado na contratação paga e o jogador aceita a proposta por considerá-la  irrecusável.

Naturalmente, o torcedor sofre, muitos se desesperam e partem para cobranças ofensivas. Por maior que seja o amor de um jogador pelo clube, existem propostas irrecusáveis.

André, por exemplo, não  trocou o Santos pelo Dínamo de Kiev e agora já está no Bordeaux?

Muricy Ramalho não saiu do Fluminense, onde era idolatrado e está no Santos?

Alguém pode bancar que Santos e São Paulo conseguirão segurar Neymar e Lucas?

Portanto…

Em tempo: Alguns amigos do blog protestaram e com razão porque foi postada a imagem de uma orca em lugar de um peixe. E que o Santos é o ''Peixe.'' Sei disso, claro, mas que peixe? E um dos ''símbolos''  santista é justamente uma orca. Vejam abaixo:

Fluminense e Internacional foram derrotados. Mas só o time tricolor se complicou para valer: ao perder de 2 a 0 para o Nacional, no Estádio Centenário, em Montevidéu, transformou-se no lanterna do  Grupo 3 e seu último jogo será contra Argentinos Juniors, em Buenos Aires.

É bem verdade que no lance do primeiro gol, o atacante Garcia estava impedido ao ser lançado e Emerson ainda sofreu um pênalti, não marcado pelo árbitro. Mas o segundo tempo do Fluminense foi péssimo.

O Internacional foi derrotado pelo Jaguares, do México, por 1 a 0, mas continua líder do Grupo 6, com a classificação praticamente garantida, ainda mais que sua última partida será contra o Emelec, no Beira-Rio.

O Santos venceu o Colo Colo por 3 a 2, mas sua torcida deixou a Vila Belmiro sem festejar o resultado como gostaria.

E não podia ser diferente: no momento de comemorar o terceiro gol, por sinal, um golaço, Neymar, que já tinha um cartão amarelo, colocou uma máscara no rosto, foi advertido novamente e acabou expulso.

Não consigo entender como um jogador não sabe o que pode e o que não pode fazer na comemoração de um gol.

O Santos vencia por 3 a 0,  mas minutos depois ficou com nove jogadores, porque Zé Eduardo e o chileno Scotti trocaram empurrões e foram expulsos. A partir daí, o Colo Colo reagiu e marcou dois gols, sendo que Elano, que, substituído, estava no banco, também recebeu vermelho. Foi acusado de jogar uma toalha no técnico chileno.

Os outros gols do Peixe foram marcados por Danilo e Elano.